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6 dicas úteis para o advogado autônomo empreendedor

6 dicas úteis para o advogado autônomo empreendedor

10 maio 2018
Artigo atualizado 2 set 2024
10 maio 2018
ìcone Relógio Artigo atualizado 2 set 2024

Tratar a atividade da advocacia como empreendedora é um dos primeiros passos para estruturar seu negócio de forma sustentável. Por isso, no texto de hoje, vou falar sobre os principais desafios do advogado autônomo empreendedor e dar algumas dicas para os profissionais que atuam como autônomos.

Embora um escritório de advocacia não possa ter elementos de mercantilização, por conta de restrições éticas, o conceito de empresa pode ser aplicado para gerir esses negócios jurídicos, inclusive para o advogado autônomo empreendedor.

Para o advogado autônomo, empreender é organizar e definir quais serviços são prestados pelo seu escritório, para quem e como. Trata-se de entender como seu nicho de clientes consome seus serviços e por que procuram você ao invés do concorrente, para entender melhor como você pode continuar se destacando da concorrência. Neste post, vou abordar, especialmente, o marketing jurídico, a captação de clientes e o controle financeiro do escritório.

Como alavancar a carreira sendo um advogado autônomo empreendedor

1. Acompanhe seus resultados

Uma das maneiras de conhecer o seu escritório e empreender de forma autônoma na advocacia é medindo os resultados do seu negócio. Atualmente, existem diversas ferramentas disponíveis que permitem medir os resultados alcançados pelo seu trabalho. Os dados desses resultados permitem que você compreenda como o fluxo de tarefas está se desenvolvendo em sua rotina diária, quais recursos você realmente necessita e se você está atribuindo o valor correto aos seus serviços.

Aqui no blog da Aurum, o Geazi Viégas já falou um pouco sobre a utilidade dos timesheets para advogados e como eles ajudam a medir a sua produtividade. Já a Camila Berni falou sobre o NPS, uma métrica usada no Vale do Silício que serve para aferir a satisfação dos seus clientes com o atendimento recebido.

2. Estime a duração dos seus casos

Outra dica importante é medir o tempo de tramitação dos seus casos (processos judiciais e extrajudiciais). Com esses dados, você consegue entender quanto tempo cada caso específico costuma durar em média, o que pode ser peça chave na precificação dos seus honorários advocatícios. Saiba mais sobre a cobrança de honorários no ebook da Aurum sobre o assunto:

BAIXAR O GUIA PASSO A PASSO PARA COBRAR HONORÁRIOS

Quando você tem uma previsão aproximada do quanto irá receber, evita que tenha algum prejuízo caso a questão não se resolva no tempo estimado. O Excel é muito bom para a composição desses valores, e ao organizar a planilha, tudo é calculado automaticamente. Já para medir o tempo de tramitação dos casos, eu utilizo o Astrea, que cumpre muito bem esse papel.

3. Invista em publicidade

Quando o assunto é publicidade na advocacia, os advogados empreendedores individuais precisam se atentar para o Código de Ética.

Inclusive, atente-se para o termo: é publicidade e, não, propaganda. Em uma palestra recente, corregedores da OAB Federal foram categóricos: o advogado não pode fazer propaganda.

A definição da OAB Federal é que a publicidade é o ato de tornar público, enquanto a propaganda é a diferenciação pela qualidade (falar, por exemplo, em “a melhor advocacia da Lapa” ou “os melhores resultados em indenizações”).

A publicidade na advocacia pode ser feita de diversas formas, e eu acho que a melhor delas é o networking, em especial com os profissionais que têm relação direta com a atividade que o advogado autônomo empreendedor exerce.

Essa rede de contatos pode ser uma mina de ouro para o advogado, fazendo-o conhecido e “à mão” sempre que um problema surgir. Se seu nicho de atividade é o direito empresarial, por exemplo, tomar um café com amigos contadores os fará recordar de você, seja para necessidade própria ou de terceiros.

4. Saiba utilizar as redes sociais

E como fazer o marketing jurídico nas redes sociais? Primeiro, atente-se para o fato de que as redes fazem parte de um todo: o seu relacionamento com o cliente, como eu já escrevi antes aqui no blog da Aurum.

Preste atenção na mensagem que você deseja transmitir, pois qualquer deslize pode passar uma imagem indesejada, amadora, o que faz o efeito da sua comunicação ser o inverso do planejado. Além disso, outro fator a se considerar é evitar a propaganda, sempre orientando sua publicação para a publicidade, ou seja, apenas para informar o cliente.

5. Faça um bom controle financeiro do seu escritório

Um item que sempre me preocupou é a organização financeira do meu escritório. Sempre busquei formas de controlar as entradas e saídas, inclusive de querer saber o ponto de equilíbrio do escritório. Abandone a ideia de que, por você ser um advogado autônomo empreendedor, suas finanças pessoais se misturam com as do escritório. Você tem obrigações com seu negócio como qualquer outro gestor!

6. Encontre o ponto de equilíbrio das finanças

A grosso modo, o ponto de equilíbrio é o momento em que as entradas e saídas do negócio se equilibram. Por exemplo: recebi 100 reais e devo pagar 100.

A importância de encontrar o ponto de equilíbrio é saber qual o limite operacional do seu escritório. Como comentei, para o advogado empreendedor, assim como eu, os gastos do escritório podem se misturar com os pessoais eventualmente. Mas calma, isso é bem simples de resolver com o uso de uma boa ferramenta que controle entradas e saídas de recursos. Com ela, você visualiza o mínimo que seu escritório precisa consumir mensalmente para se manter ativo.

A sua organização financeira é fundamental para quando você for formalizar uma proposta de honorários. Com todas as suas contas na ponta do lápis, você consegue oferecer uma oferta justa aos seus clientes e justificar a razão do valor cobrado tranquilamente.

É importante também para você ter um crescimento sustentável, algo que quando você precisar ou quiser expandir, te permita conhecer bem os limites e suas possibilidades. Os dados saem consistentes, até para você os apresentar para um possível sócio. Não é demais?

Conclusão: Empreenda para crescer

Empreender na advocacia não pode ser um mar revolto, mas também não é deitado eternamente em berço esplêndido que suas metas serão alcançadas.

É preciso muito empenho, dedicação e estudo. Faça cursos de especialização e procure estar sempre atualizado. Eu costumo dizer que nós advogados somos capacitados tecnicamente para compreender e entender o Direito, de modo a utilizar esta ferramenta para resolver problemas em um contexto normativo. No entanto, nenhuma faculdade que eu tenha conhecimento até agora possui uma disciplina de administração de escritórios de advocacia, especialmente para o advogado autônomo empreendedor.

Saímos da faculdade sabendo perfeitamente a teoria. Com o tempo vamos cunhando a prática. Mas poucos têm controle sobre o serviço que seus escritórios entregam.

Dependendo da situação, um solavanco (seja financeiro, estrutural, pessoal) pode atrapalhar toda a dedicação de muitas e muitas horas. Por isso, empreender na advocacia precisa ser como construir o escritório em rocha sólida e não simplesmente “sair fazendo”.

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E você, já empreende na advocacia? Compartilhe com a gente as suas dicas nos comentários!


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Advogado (OAB 277160/SP). Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco - USF. Pós-graduado lato sensu em Direito Previdenciário e Direito Tributário. Também sou especialista em Direito do Consumidor. Sou advogado autônomo há mais de 13 anos, atuando em São Paulo...

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  • Jucelia 12/09/2019 às 18:21

    Tenho uma dúvida: posso escrever pequenos artigos para um site de notícias, artigo esse direcionado para o público desse site e com vies informativo sobre algum direito? Apenas com minha assinatura e meu número da oab. Sem citar endereço, telefone ou emaíl ou isso fere o estatuto?

    • André Kageyama 22/05/2020 às 14:48

      Olá Jucelia, tudo bem? Muito obrigado pelo comentário!

      Você pode sim escrever, mas com foco didático, de informação apenas. Não pode o advogado, por limitação estatutária, prestar consultas, e a isso leia-se “esclarecendo casos práticos”.

      Dê uma lida nos meus artigos, e nos artigos de outros Colegas aqui no blog da Aurum, que você poderá ter uma ideia de como abordar os assuntos, que devem ser sempre em tese.

      Espero ter ajudado e esclarecido.

      Grande abraço e boa sorte!

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